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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os Resíduos da Pintura

Figura 1 Fonte people.ufpr.br



           Assim como qualquer atividade em construção civil, a pintura também gera resíduos que merecem ser devidamente tratados e destinados, para evitar agredir o meio ambiente, além das responsabilidades legais.
           A resolução nº 307/2002 do CONAMA, no artigo 4, define que a responsabilidade de dar destino adequado aos resíduos é do gerador, ou seja, você.
           Nesta resolução, o artigo 3º classifica as tintas e solventes como Classe D, e no artigo 10º diz que resíduos desta classe deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

           O ideal, com relação aos resíduos é não gerar resíduo. Como isso? Planejando.

           Antes de iniciar, calcule a área a ser pintada, defina o melhor sistema de pintura para sua obra e então calcule quanto de material você ira precisar, como massa, selador, tinta, ferramentas, solventes, etc...
Figura 2 fonte RN Tintas
           As embalagens sempre trazem o rendimento do produto e a melhor forma de aplicação. Existem profissionais no mercado (eu, por exemplo) que podem fazer este planejamento para você. Os fabricantes também disponibilizam assistência técnica para auxiliá-lo nesta etapa.
           Planejando tudo, você evita comprar material demais, e consequentemente, menos material para dar destino.
           Mesmo assim, se sobrar muita tinta, ou outro material, são produtos orgânicos que tem prazo de duração, principalmente se a embalagem já tiver sido aberta, e não devem ser estocados por muito tempo.    Pense em uma instituição para fazer uma boa ação e doe a sobra. Garantir uma vaguinha no Céu não faz mal para ninguém.
           As latas vazias devem ser esgotadas, escorrendo o resto. Depois, deixe secar e faça furos nas latas para que não acumulem água de chuva, e descarte em local para lixo metálico.
           Os pincéis e rolos, além das ferramentas devem ser limpos só no final do dia. Em intervalos para café ou refeição, o melhor é deixá-los mergulhados na própria tinta, coberta com um plástico para evitar formação de filme na superfície (pele).
           A água ou solvente usados para lavar os materiais não devem ser descartados no esgoto, devem ser recolhidos em recipiente apropriado. Mantenha o recipiente tampado e deixe decantar de um dia para o outro. Reaproveite o sobrenadante para fazer diluição no dia seguinte ou mesmo para nova limpeza. A borra assentada no fundo deve ser recolhida e deixada secar, para depois ser descartada no lixo para plástico.
           Os solventes são um problema complicado. Não existem muitas empresas dispostas a recolher este resíduo difícil de tratar, e também não adianta entregar para qualquer um, na ideia de “passar a bola”. A legislação diz que o gerador é corresponsável pela destinação, ou seja, se a empresa que recolheu o seu resíduo o dispuser de forma errada, você responde junto com ela, e pode ser processado junto.

                      Lembre-se, consulte sempre um profissional especializado. Isto, além de tudo, reduz custos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pintor Profissional


          O trabalho na construção civil sempre foi exercido (de forma honrosa, diga-se de passagem) por práticos, pessoas que aprendiam com alguém mais velho e mais experiente, que passavam as técnicas verbalmente, onde muitas vezes o 'pulo do gato' ficava restrito a alguns, visando reservar o mercado.
           A figura do engenheiro pouco mudou o quadro, pois este se limita ao trabalho intelectual, não se envolvendo da execução.
          Com o crescente aumento do mercado imobiliário, e as exigências urbanísticas cada vez maiores por parte dos governos, a necessidade de profissionalização da mão de obra está caminhando para requisito indispensável.
          Não é de hoje que iniciativas pontuais vem ocorrendo, e as construtoras, por falta de outra alternativa, criam seus próprios programas de treinamento, muitas vezes sem técnica nem tecnologia, apenas repetindo o ciclo descrito acima: o mais experiente repassando os 'macetes' para os novatos.
          A ABRAFATI (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), em parceria com várias marcas de tinta, deu um passo longo para mudar e melhorar esta história, e lançou o programa Pintor Profissional ABRAFATI .
          O Programa visa apoiar o crescimento de milhares de profissionais por meio da atualização de conhecimentos, treinamentos para a capacitação e avaliação de pintores de imóveis, em todo território nacional.
          No site Pintor Profissional os profissionais que já atuam na área podem se cadastrar, receber treinamento adequado e, o mais importante, receber uma identificação para ele se apresentar quando for pleitear um trabalho, o que, sem dúvida, irá diferenciá-lo dos demais candidatos.
          Para quem busca um profissional para contratação, o site disponibiliza um cadastro nacional de profissionais inscritos e qualificados pelo programa.
          Através de uma ferramenta de busca bastante simples, você encontra uma lista com nome e telefone para contato de pintores na sua cidade.
          Também é possível acessar simuladores de ambiente de diversas marcas de tinta, para ajudar a escolher uma cor adequada a sua obra.
           Vale a pena dar uma navegada para conferir.

 






terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Baixa Cobertura



Baixa cobertura é quando a cor, ou detalhes da pintura anterior ficam aparecendo através da pintura nova. Alguns fatores podem ser a causa:

Diluição incorreta:
Todas as embalagens de tinta trazem recomendações sobre a diluição. Leia atentamente estas instruções, e acredite nelas. Lembre-se, quem as redigiu foram as mesmas pessoas que desenvolveram a tinta que você vai usar, e elas sabem o que estão dizendo. Utilize o solvente indicado (água, thinner, água ráz, etc...). É um erro comum utilizar solventes diferentes do recomendado. Não faça isso. As tintas tem composições diferentes, e um solvente que age bem com uma pode ser fatal para outra. A porcentagem indicada é muito importante. Ela irá dar a viscosidade correta, que por sua vez irá conferir o espalhamento correto. Também irá definir a espessura e a densidade do filme, o que garante a capacidade de cobrir a cor de baixo.

Homogeneização:
Homogeneizar, ou misturar bem a tinta antes de começar a usar, e repetir cada vez que se faz uma pausa longa garantem que você tenha um produto uniforme, do começo ao fim, e, consequentemente, com a mesma densidade de cor e resina. Utilize uma ferramenta adequada, a qual pode ser adquirida na loja de tintas. Caso não encontre, faça uma, utilizando uma ripa, de madeira, plástico, alumínio, ou outro material rígido, com aproximadamente 2cm de largura, e uns 40cm de comprimento.

Poucas demãos.
Aplique duas ou três demão de tinta. Uma demão só nunca é suficiente, mesmo em pinturas novas ou repetindo a mesma cor. Muitas demãos também podem prejudicar o resultado pois criam uma película muito espessa, e consequentemente muito pesada, aumentando o risco de descascamento.
Quando a cor a ser coberta é bem mais escura que a nova, por exemplo amarelo sobre azul, pérola sobre vermelho, o ideal é remover a pintura antiga, ou, caso não seja possível, por não poder fazer muito pó e sujeira, aplique primeiro uma demão de branco antes da pintura final.

Ferramentas:
Para pintar paredes lisas, utilize rolo de lã baixa, que dão maior rendimento, para paredes ásperas ou textura rasa, utilize rolo de lã alta. Caso a aspereza ou a textura sejam profundas, pode ser necessário o uso de pincel ou trincha, para que as cerdas penetrem nos pontos mais fundos. Você pode também trabalhar com ambas opções, alternadamente, conforme a necessidade. Utilize também a bandeja quando trabalhar com rolo, para remover o excesso e evitar escorridos na pintura.

Outras dicas: Procure pintar cada parede de uma vez só. Pintar meia parede, e depois de seca completar o resto, sempre deixa diferença na tonalidade. O uso de tintas semibrilho em paredes muito onduladas ou com defeitos ressalta as irregularidades. Nestes casos é melhor partir para a acetinada ou fosca.

Leia sempre as instruções nas embalagens e procure segui-las.

E, se tiver alguma dúvida específica, estou a disposição.

Antonio Canhedo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Seladores e Primers

Todas as superfícies , antes de serem pintadas, devem receber uma preparação, e uma parte importante da preparação é a aplicação de um selador.
Como definição, os produtos usados para preparar alvenaria e madeira são chamados de seladores, e para metais e plásticos são chamados de primers.
Servem para criar uma interface que melhora a aderência da tinta a superfície, e também protege a tinta de substancias que existam no substrato e que poderiam degradar a tinta. Fecham a porosidade reduzindo a absorção e aumentando o rendimento da tinta. Exemplos destas substancias são a alcalinidade dos componentes do cimento, as resinas das madeiras, a ferrugem, etc...
Os seladores são feitos geralmente de resina acrílica em alta concentração, e podem ser a base de água ou solvente orgânico, dependendo do grau de selagem que se deseja. Os a base de solvente são indicados para paredes sujeitas a umidade capilar. Para paredes com muitas partículas soltas, são indicados seladores mais concentrados, chamados de fundos preparadores de parede.
Os primers variam de composição, de acordo com o metal a ser pintado. Para metais ferrosos (ferro, aço) é indicado o uso do zarcão, o qual isola a superfície da umidade, visto que toda tinta é porosa, evitando a oxidação do ferro, e a tão indesejada ferrugem. Outros metais não sujeitos a ferrugem, tais como o galvanizado e o alumínio são de difícil aderência. Neste caso existem primers específicos, a base de resina acrílica. Para plásticos também é necessário o uso de um primer adequado.
Importante ressaltar que as resinas acrílicas variam de composição, e que nem sempre o que serve para uma superfície serve para outra. Procure a orientação de um profissional habilitado, ou mesmo de um fabricante para escolher o primer ou selador indicado ao seu caso.
Algumas dicas importantes: procure utilizar um selador ou primer do mesmo fabricante da tinta que você escolheu, pois os fabricantes ajustam suas formulações com seus próprios produtos, e nem sempre uma tinta é compatível com o selador de um concorrente; leia com atenção as instruções do rótulo das embalagens, e siga corretamente a diluição, usando o produto indicado e a quantidade indicada, não vá 'na onda' de pintores que sugerem qualquer coisa diferente, pois, por mais experiente que ele seja, ele não conhece o produto melhor que o fabricante; respeite os tempos de secagem do rótulo, se você aplicar a tinta antes deste tempo, o solvente da tinta pode remover o selador ou primer, estes tempos são estabelecidos em exaustivos testes de laboratório, e não tem por que você duvidar desta informação; a demão de selador não é a primeira demão de tinta; por mais que alguém diga que é desnecessário, sempre aplique, no mínimo, duas demãos de tinta.
Caso você queira tirar alguma dúvida, me coloco a disposição para comentar casos específicos.
Boa Pintura.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pintura: problemas e soluções – descascamento em alvenaria

Um dos problemas mais comuns que ocorrem em pinturas é o descascamento, ou desplacamento.
Quando uma parede começa a descascar, não há mais o que fazer porque a tinta já está comprometida, mas você pode tomar cuidados antes da pintura, para que o problema não ocorra.
Primeiro vamos entender o que é o descascamento.
O descascamento ocorre pela perda de aderência do filme da tinta com a parede. A tinta é um filme plástico que adere ao substrato, e esta aderência, devido a diferença de composição entre os componentes, depende de condições favoráveis.
O primeiro fator é a isenção de partículas soltas. Para entender, imagine que você colocou um pedaço de fita adesiva em uma janela de vidro, e esta fita começa a soltar. Se você colocar outra fita sobre ela, não aumentará a aderência da primeira, porque a segunda está ancorada na que está solta, e não no vidro, o resultado é que os dois pedaços irão cair. Com a tinta sobre partículas soltas é a mesma coisa, a tinta adere na partícula, mas como esta está solta, caem as duas. Então não tenha ilusões, remova todas as partículas soltas, poeira, placas de massa, tinta velha, areia, etc.
Umidade também prejudica a aderência. Se houver umidade, identifique a causa e a elimine. Em alguns casos pode ser necessária obra civil.
Em paredes novas, é importante aguardar o tempo de cura do cimento, em geral do reboco que é o ultimo acabamento antes da pintura. Durante a cura (ou secagem) o cimento perde água, que arrasta para a superfície sais alcalinos, que podem atacar o filme da tinta, alem de que a tinta pode oferecer alguma vedação a evaporação desta água, que formará bolhas que por sua vez criarão uma pressão para evaporar. Em geral devesse esperar no mínimo 30 dias de cura antes de emassar e pintar, e após este tempo, lixar e lavar a parede, ou no mínimo passar um pano úmido após a lixa.
A cal também é um veneno para posteriores pinturas, por que alcaliniza demais a alvenaria.
Pintar paredes aquecidas pelo sol pode fazer o solvente evaporar muito rápido, não dando tempo para a tinta curar. Você pode ter uma falsa impressão que a tinta está seca, quando na realidade ela está ressecada, e não teve tempo de completar o processo de aderência.
Pintar em dias de chuva nem pensar. Se chover, aguarde no mínimo três dias de estiagem para que a umidade absorvida evapore, mesmo em paredes internas, por que o ar interno está muito úmido, e a alvenaria naturalmente absorve esta umidade.
Outro erro comum é não diluir corretamente a tinta, ou pior, aplicá-la sem diluição. A tinta não espalha e não ancora nos poros da parede. Fica, por assim dizer, muito "grossa".
Em todos os casos, utilize sempre o selador, que vai criar a interface adequada para receber a tinta.
Algumas dicas que nunca é demais repetir: leia as instruções da embalagem, e sempre use os componentes da pintura (selador, massa, tinta) do mesmo fabricante, por uma simples questão de compatibilidade.
Quanto a qual marca escolher, bom isto fica por sua conta. Em princípio não existem tintas ruins, existem sistemas de pintura mal dimensionados e mal aplicados.
O ideal é recorrer a um profissional habilitado, e, lembrem-se, quem entende de tinta é o químico.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Cor e Colorimetria.

O vazio do Universo na realidade é preenchido por energia, que se propaga na forma de ondas eletromagnéticas. Uma estreita faixa de comprimento de ondas é captada pelos nossos olhos. A esta faixa dá-se o nome de luz visível, ou simplesmente luz. As cores são fragmentos desta faixa e ocorrem da seguinte maneira: a luz incide sobre um objeto (sólido, líquido ou gasoso) e é refletida ou o atravessa. Os materiais nem sempre refletem toda a faixa de luz, absorvendo parte dela. A porção refletida é interpretada pelo olho como uma cor específica, correspondente ao comprimento da onda refletida. A essas frações da luz visível chamamos de COR. Quando toda a faixa é refletida, chamamos de BRANCO, e quando toda a faixa é absorvida, não havendo reflexão, chamamos de PRETO, que na realidade não é cor e sim a ausência de reflexão.

Isaac Newton (1643-1727), entre 1670 e 1672, decompôs a luz branca e descreveu as cores primárias. Quando trabalhamos com fontes luminosas, as cores primárias são chamadas de aditivas e são o verde, o azul e o vermelho. Quando trabalhamos com cor pigmento, as cores primárias são chamadas de substrativas e são o amarelo, o ciano e o magenta.

Misturando-se as cores primárias duas a duas, obteremos as cores secundárias:


Vermelho + verde = amarelo
Azul + vermelho = rosa
Azul + verde = azul claro

Magenta + amarelo = vermelho
Amarelo + ciano = verde
Magenta + ciano = azul



Misturando-se as cores em diferentes proporções, poderemos obter todas as outras cores possíveis e imagináveis. A luminosidade (claro, médio ou escuro) acrescenta-se às variações de cor, é ela que diferencia o rosa do marrom, por exemplo. No caso dos pigmentos é necessário acrescentarmos um corante preto (aumentando a absorção) ou branco (diminuindo a absorção) para darmos o efeito desejado de luminosidade.

Com a industrialização e a produção em larga escala, surgiu a necessidade de repetição de cores, inclusive nas relações comerciais, pois as empresas precisavam cada vez mais buscar clientes geograficamente distantes, e estes necessitavam de uma referencia para definir exatamente o que querem, e sempre receber os lotes iguais aos anteriores. Imagine, por exemplo, na indústria automobilística, trocar o lote da tinta no meio da pintura de um carro, e a cor da lata nova estar diferente da anterior.

Em 1905, Albert H. Munsell começou a estudar as cores, e criou uma classificação que serve de baliza até os dias atuais. Desde então, outras classificações de cor tem sido criadas, na tentativa de padronização, mas ainda no foi estabelecido um único padrão universal, cada relação cliente/fornecedor utiliza o que é mais conveniente. É comum cada fabricante de tintas criar sua própria palheta de cores, com nomes próprios, mas todos se baseiam em uma das classificações a seguir.

Classificações mais usadas atualmente:



Codificação RGB

A codificação RGB (Red, Green, Blue) é a síntese aditiva e foi desenvolvida em 1931 pela Comission International de l'Eclairage (CIE), que consiste em representar o espaço das cores a partir de três radiações monocromáticas: - vermelho (de comprimento de onda igual a 700,0 nm), - verde (de comprimento de onda igual a 546,1 nm), - azul (de comprimento de onda igual a 435,8 nm).

Codificação CMY


A codificação CMY (Cyan, Magenta, Yellow, ou Ciano, Magenta, Amarelo) é a síntese subtrativa. Este modelo consiste em decompor uma cor em valores Ciano, Magenta e Amarelo. Teoricamente, se consegue o preto misturando-se as três, assim conseguindo um pigmento que absorveria todo o espectro luminoso, no entanto, o preto obtido pela soma das três cores é tão somente parcialmente preto, na prática (e custando caro), as impressoras acrescentam um componente de tinta preta que chamam preto puro, geralmente a base de negro de fumo, um subproduto da indústria de petróleo. Fala-se então de tetracromia, ou modelo CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black ou Ciano, Magenta, Amarelo e Preto puro).
O pigmento branco é obtido usando-se o dióxido de titânio. Algumas indústrias utilizam uma mistura do dióxido de titânio e carbonato de cálcio, bem mais barato, porém menos eficiente.

Codificação HSL


O modelo HSL {Matiz (hue), Saturação (saturation), Luminosidade (luminosity), ou em francês TSL (teinte, saturation, luminosité)}, apoia-se sobre os trabalhos do pintor Albert H. Munsell (que criou O Atlas Munsell), é um modelo de representação dito "natural", isto é próximo da percepção fisiológica da cor pelo olho humano.

Codificação CIE


As cores podem ser percebidas diferentemente de acordo com os indivíduos e podem ser apresentadas diferentemente de acordo com os periféricos de aquisição. A Comission International de l'Eclairage (CIE) por conseguinte definiu padrões que permitem definir uma cor independentemente dos periféricos utilizados. Para esse efeito, a CIE definiu critérios baseados na percepção da cor pelo olho humano, graças um triplo estímulo. Em 1931 a CIE elaborou o sistema colorimétrico xyY que representa as cores de acordo com a sua cromaticidade (eixos x e y) e a sua luminosidade (eixo Y). O diagrama de cromaticidade (ou diagrama cromático), procedente de uma transformação matemática que representa sobre a periferia as cores puras, isto é as radiações monocromáticas que correspondem às cores do espectro (cores do arco-íris), localizadas pelo seu comprimento de onda. A linha que fecha o diagrama (por conseguinte que fecha as duas extremidades do espectro visível) nomeia-se a reta das púrpuras, porque corresponde a cor púrpura, composta das duas radiações monocromáticas azuis (420 nm) e vermelhas (680 nm). Note que ao centro, no encontro de todas as cores está o branco.

Palhetas de cores

Conforme dissemos, cada fabricante cria suas próprias palhetas, todavia, com o advento da computação gráfica, os programas de criação e editoração acabaram popularizando alguns, que hoje tem a tendência de serem usados como padrão.
São eles:

-Pantone (baseado na quadricromia CMYK)
-HKS
-Trumatch
-Focoltone
-Kodak
-Spectra Master
-Toyo Color
-DIC Colors
-Lab Colors (Um modelo de cor que contém um componente luminoso (L) e dois componentes cromáticos: "a" (verde para vermelho) e "b" (azul para amarelo).

Como é difícil !...
Pois é, caro leitor, como você pode ver, cor é uma coisa complexa, nem mesmo a medicina chegou à conclusão se o azul que eu vejo é o mesmo azul que você vê, pois se acredita que pequenas variações na conformação da retina podem variar em muito a percepção das cores, o que explicaria a dificuldade que temos em definir cores intermediárias.

De qualquer forma, este artigo não tem o objetivo de encerrar o assunto, e sim de despertar o interesse, ficando a cargo da curiosidade e da necessidade de cada um pesquisar mais.
De nossa parte fica o compromisso de voltar a tocar no tema, sempre estimulado por questionamentos futuros.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A Preparação Da Parede Para A Pintura

A maioria dos problemas que encontramos em pinturas é a preparação incorreta da parede antes de receber a tinta. Muitas vezes a parede não recebe preparação nenhuma.
Como não é difícil de imaginar, a adesão de dois materiais diferentes, a alvenaria e a tinta, é algo complicado, e coisas pequenas podem comprometer esta estabilidade.
O primeiro cuidado que se deve ter antes de iniciar a pintura de uma parede é avaliar se existem indícios de umidade, tais como vazamentos, infiltrações, etc. Esta umidade deve ser eliminada. Não adianta tentar pintar uma parede úmida, pois a tinta não irá aderir, ou então descascará em pouco tempo. Depois de eliminada a causa da umidade, aguarde pelo menos quinze dias para total secagem da parede, principalmente se for uma parede externa. No caso de uma parede externa que esteja exposta a chuva, três dias de sol é suficiente, pois a umidade não vem de dentro, é apenas absorvida na superfície. Estes prazos, no entanto são aproximados, procure observar e usar seu sentimento, e mesmo o tato, o importante é você sentir segurança de que a parede está seca.
Outra coisa a ser avaliada é a sujeira, como poeira, gordura, mofo, bolor e outras. Tudo isto é material solto que impede o contato da tinta com o substrato. Tudo isto deve ser removido com lixa, água e sabão. Não utilize apenas a vassoura, pois ela não remove o problema, só muda de lugar. No caso dos fungos, como mofo e bolor, após a lavagem com sabão, deve ser feita outra com escovão duro e água sanitária diluída em água limpa na proporção de 1:1, até que visualmente não se identifique mais nenhum traço, aguarde quinze dias e repita a lavagem com água sanitária, e depois mais três dias de secagem. A segunda lavagem é necessária por que os fungos e bactérias quando sofrem algum ataque entram em estado de vida latente, para depois eclodirem mais refeitos, mais ou menos em quinze dias, quando você acaba de remover os que sobraram.
No caso de partes soltas, como tintas velhas descascando, massa e reboco soltando, areia do acabamento e coisas assim, deve ser tudo removido com espátula e lixa. Não adianta pintar sobre o que está solto, a tinta vai aderir nas partículas e não na parede.
Agora, finalmente que sua parede está descontaminada, livre de partes soltas e seca vamos começar a prepará-la.
Utilize um selador adequado ao tipo de parede que você vai pintar. As indústrias de tintas desenvolvem produtos cada vez mais específicos. Na dúvida sobre qual utilizar, a primeira dica é que você utilize o selador e a tinta do mesmo fabricante, por uma questão de compatibilidade. Procure ler os rótulos e consultar o site da marca que você elegeu, para escolher o sistema selador/tinta que é mais indicado para sua necessidade. No rótulo da lata está a proporção da diluição indicada, acredite nestas informações, elas foram escritas por pessoas que pesquisaram e estudaram muito antes de fazer aquela recomendação, procure usar a mesma forma de medida sempre (o mesmo copo, ou a mesma garrafa pet) para que a diluição das várias porções seja sempre igual. Também é importante respeitar o tempo de secagem antes da primeira demão de tinta. Importante: a demão de selador NÃO é a primeira demão de tinta.
Chegou a vez da tinta, esta é a parte mais fácil. Tenha os mesmos cuidados que você teve com o selador: siga a diluição recomendada, utilize os mesmos recipientes para fazer as medidas, respeite os tempos de secagem entre demãos, e aplique pelo menos duas demãos, por mais que algum "especialista" diga que uma basta. Quanto as ferramentas, o rolo dá mais rendimento e uma cobertura mais uniforme, mas para superfícies muito ásperas ou rugosas pode ser mais indicado o pincel para alcançar cantos profundos.
Com relação as cores, bom isto vai do seu gosto, o importante é que você se sinta bem ao olhar o resultado do seu trabalho.