As tintas são coisa relativamente recente nos hábitos e costumes da sociedade.
Antes da Revolução Industrial as tintas eram coisa rara, reservada para tingir as roupas e objetos dos mais ricos. Aos móveis eram aplicados vernizes naturais ou ceras que não faziam mais do que realçar o brilho, ou mudar o tom. As casas recebiam no máximo cal, mas geralmente apresentavam as cores naturais dos materiais usados.
A industrialização popularizou as tintas, tornando-as mais baratas e acessíveis aos menos abastados, disponibilizando em quantidade e facilidade de aquisição.
Como deixou de ser um produto de alto valor agregado, os fabricantes começaram a investir em diferenciação para ganhar os clientes. Surgiram diferentes tipos de tintas, baseados em vários tipos de resina, as mais variadas aplicações, e a principal característica de uma tinta: A Cor.
A variedade de cores começou a aumentar de forma rápida,
e hoje a gama disponível é simplesmente impossível de ser estimada.
O consumidor já não se contenta com as cores tradicionais, branco, preto, azul, amarelo, vermelho, verde... Buscam-se as nuances entre cada cor, cores exclusivas, casas e objetos com identidade...
Mas, como disponibilizar tantas opções? Primeiro, o espaço físico nas lojas e estoques precisaria ser enorme, e depois, as tintas são compostos orgânicos, tem prazo de validade, longo, é verdade, mas não são eternas.
Então, surgiu o "ovo de Colombo" da indústria de tintas: O Sistema Tintométrico que nada mais é do que ter em estoque as tintas sem pigmento, chamadas bases, e pigmentar na hora da venda, na cor que o cliente quiser.
Com uma dúzia de cores básicas pode-se reproduzir qualquer cor que o consumidor sonhar, processo chamado de Policromia. (vide meu artigo sobre Colorimetria, neste mesmo blog)
Os fabricantes de tintas e corantes investem fortunas, e contratam os melhores profissionais para desenvolver as misturas e encontrar as proporções exatas para reproduzir um número incontável de cores, em diversos tons. Existem homens e mulheres que passam os dias em laboratórios, não fazendo outra coisa, apenas desenvolvendo novas cores e se antecipando a tendências da moda.
São criadas então as palhetas de cores, verdadeiros leques com amostras das cores disponíveis. Estes corantes são dosados em máquinas cuja precisão chega ao absurdo de meia gota. Depois são misturados em batedores giratórios, e pronto, sua tinta está disponível para uso imediato, você não precisa encomendar e buscar outro dia, sai da loja com a sua tinta do jeito e na cor que desejou.
Simples e prático, como devem ser os produtos modernos.
Se o Amigo leitor quiser saber mais sobre o assunto, estou à disposição.
Um Abraço Fraterno
Antonio Canhedo
Gostei
ResponderExcluir