Isaac Newton (1643-1727), entre 1670 e 1672, decompôs a luz branca e descreveu as cores primárias. Quando trabalhamos com fontes luminosas, as cores primárias são chamadas de aditivas e são o verde, o azul e o vermelho. Quando trabalhamos com cor pigmento, as cores primárias são chamadas de substrativas e são o amarelo, o ciano e o magenta.
Misturando-se as cores primárias duas a duas, obteremos as cores secundárias:
Vermelho + verde = amarelo
Azul + vermelho = rosa
Azul + verde = azul claro
Magenta + amarelo = vermelho
Amarelo + ciano = verde
Magenta + ciano = azul
Misturando-se as cores em diferentes proporções, poderemos obter todas as outras cores possíveis e imagináveis. A luminosidade (claro, médio ou escuro) acrescenta-se às variações de cor, é ela que diferencia o rosa do marrom, por exemplo. No caso dos pigmentos é necessário acrescentarmos um corante preto (aumentando a absorção) ou branco (diminuindo a absorção) para darmos o efeito desejado de luminosidade.
Com a industrialização e a produção em larga escala, surgiu a necessidade de repetição de cores, inclusive nas relações comerciais, pois as empresas precisavam cada vez mais buscar clientes geograficamente distantes, e estes necessitavam de uma referencia para definir exatamente o que querem, e sempre receber os lotes iguais aos anteriores. Imagine, por exemplo, na indústria automobilística, trocar o lote da tinta no meio da pintura de um carro, e a cor da lata nova estar diferente da anterior.
Em 1905, Albert H. Munsell começou a estudar as cores, e criou uma classificação que serve de baliza até os dias atuais. Desde então, outras classificações de cor tem sido criadas, na tentativa de padronização, mas ainda no foi estabelecido um único padrão universal, cada relação cliente/fornecedor utiliza o que é mais conveniente. É comum cada fabricante de tintas criar sua própria palheta de cores, com nomes próprios, mas todos se baseiam em uma das classificações a seguir.
Classificações mais usadas atualmente:
Codificação RGB
A codificação RGB (Red, Green, Blue) é a síntese aditiva e foi desenvolvida em 1931 pela Comission International de l'Eclairage (CIE), que consiste em representar o espaço das cores a partir de três radiações monocromáticas: - vermelho (de comprimento de onda igual a 700,0 nm), - verde (de comprimento de onda igual a 546,1 nm), - azul (de comprimento de onda igual a 435,8 nm).Codificação CMY
A codificação CMY (Cyan, Magenta, Yellow, ou Ciano, Magenta, Amarelo) é a síntese subtrativa. Este modelo consiste em decompor uma cor em valores Ciano, Magenta e Amarelo. Teoricamente, se consegue o preto misturando-se as três, assim conseguindo um pigmento que absorveria todo o espectro luminoso, no entanto, o preto obtido pela soma das três cores é tão somente parcialmente preto, na prática (e custando caro), as impressoras acrescentam um componente de tinta preta que chamam preto puro, geralmente a base de negro de fumo, um subproduto da indústria de petróleo. Fala-se então de tetracromia, ou modelo CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black ou Ciano, Magenta, Amarelo e Preto puro).
O pigmento branco é obtido usando-se o dióxido de titânio. Algumas indústrias utilizam uma mistura do dióxido de titânio e carbonato de cálcio, bem mais barato, porém menos eficiente.
Codificação HSL
O modelo HSL {Matiz (hue), Saturação (saturation), Luminosidade (luminosity), ou em francês TSL (teinte, saturation, luminosité)}, apoia-se sobre os trabalhos do pintor Albert H. Munsell (que criou O Atlas Munsell), é um modelo de representação dito "natural", isto é próximo da percepção fisiológica da cor pelo olho humano.
Codificação CIE
As cores podem ser percebidas diferentemente de acordo com os indivíduos e podem ser apresentadas diferentemente de acordo com os periféricos de aquisição. A Comission International de l'Eclairage (CIE) por conseguinte definiu padrões que permitem definir uma cor independentemente dos periféricos utilizados. Para esse efeito, a CIE definiu critérios baseados na percepção da cor pelo olho humano, graças um triplo estímulo. Em 1931 a CIE elaborou o sistema colorimétrico xyY que representa as cores de acordo com a sua cromaticidade (eixos x e y) e a sua luminosidade (eixo Y). O diagrama de cromaticidade (ou diagrama cromático), procedente de uma transformação matemática que representa sobre a periferia as cores puras, isto é as radiações monocromáticas que correspondem às cores do espectro (cores do arco-íris), localizadas pelo seu comprimento de onda. A linha que fecha o diagrama (por conseguinte que fecha as duas extremidades do espectro visível) nomeia-se a reta das púrpuras, porque corresponde a cor púrpura, composta das duas radiações monocromáticas azuis (420 nm) e vermelhas (680 nm). Note que ao centro, no encontro de todas as cores está o branco.
Palhetas de cores
Conforme dissemos, cada fabricante cria suas próprias palhetas, todavia, com o advento da computação gráfica, os programas de criação e editoração acabaram popularizando alguns, que hoje tem a tendência de serem usados como padrão.
São eles:
-Pantone (baseado na quadricromia CMYK)
-HKS
-Trumatch
-Focoltone
-Kodak
-Spectra Master
-Toyo Color
-DIC Colors
-Lab Colors (Um modelo de cor que contém um componente luminoso (L) e dois componentes cromáticos: "a" (verde para vermelho) e "b" (azul para amarelo).
Como é difícil !...
Pois é, caro leitor, como você pode ver, cor é uma coisa complexa, nem mesmo a medicina chegou à conclusão se o azul que eu vejo é o mesmo azul que você vê, pois se acredita que pequenas variações na conformação da retina podem variar em muito a percepção das cores, o que explicaria a dificuldade que temos em definir cores intermediárias.
De qualquer forma, este artigo não tem o objetivo de encerrar o assunto, e sim de despertar o interesse, ficando a cargo da curiosidade e da necessidade de cada um pesquisar mais.
De nossa parte fica o compromisso de voltar a tocar no tema, sempre estimulado por questionamentos futuros.
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